Introdução (excerto)
Quando Deus me dirigiu para escrever aquilo que eu havia aprendido sobre louvor e adoração, a minha reação, durante algum tempo, foi argumentar e resistir. Não me considerava habilitado para tal empreendimento e achava que pouco poderia acrescentar ao tanto ensino que prolifera, quer em livros, quer “on-line” e nas redes sociais. Escrever sobre louvor e adoração era algo que jamais pensara fazer.

Um certo dia, no meu tempo de comunhão com Deus e ao falar-Lhe sobre este assunto, deparei-me com um versículo no Livro de Isaías que, definitivamente, acabou com a minha argumentação e desculpas:

“O Senhor Deus me ensina o que devo dizer a fim de animar os que estão cansados.

Todas as manhãs, ele faz com que eu tenha vontade de ouvir com atenção o que ele vai dizer.” Is. 50.4,5 NTLH

Muitos dias acordei inspirado e com um claro discernimento sobre o que deveria escrever. Outras vezes, ao ouvir um pregador, Deus me fazia lembrar experiências que eu tive com Ele, no ministério. Também, nos meus tempos a sós com Deus ou quando meditava na Sua Palavra, Ele trazia-me à memória alguns assuntos que eu necessitaria mencionar.

Escrever este livro foi para mim um grande desafio e uma experiência extraordinária, que me fez desejar ouvir mais a Deus e a crer e confiar que Ele me dirigia e cumpria a sua Palavra, dando-me “as suas palavras” e ensinando-me o que dizer. Tenho vindo a escrever, desde então, aquilo que tenho aprendido com Deus, com a convicção de que é meu dever compartilhar o que Ele me tem dado, com profundo temor e em sincera humildade, no desejo de servir, em amor, o Corpo de Cristo, principalmente a todos os que, de alguma forma, servem a Deus nas áreas de louvor e adoração.

O termo “adoração” tornou-se tão banal na linguagem de igreja nos dias de hoje, que perdeu o seu legítimo e correto significado ao ser aplicado tantas vezes, indiscriminadamente e de forma inapropriada, em qualquer momento de um culto, de uma reunião e até em eventos e concertos “evangélicos”.

Por outro lado, constatamos que muita da música chamada de “adoração” e que hoje em dia é tocada e cantada nas igrejas, não é realmente adoração a Deus, apesar de ser constantemente rotulada como tal.

Será que poderemos chamar “adoração a Deus” quando a letra da música é de encorajamento ou de exortação aos crentes? Quando o tema da música é a tribulação, a aflição do crente, ou a provação na vida e um clamor por livramento? Poderemos nós dizer que estamos a “adorar a Deus” com este tipo de música? E quando a música é de festa e de celebração? Será que também faz sentido chamar-se “adoração” quando ouvimos dizer “bata as palmas e adore ao Senhor com esta música"? Porventura, quando a banda, os músicos e os cantores dão um grande espetáculo, num concerto cristão, poderemos dizer que isso é “adorar a Deus”?

Ver Deus mover-se na Igreja, manifestando a Sua presença através do ministério dos músicos e cantores, sempre foi a minha maior paixão. Mas, para que isso aconteça, necessitamos, primeiro, aplicar os princípios de Deus em nossa própria vida. E essa é uma obra inacabada que precisa ser aperfeiçoada todos os dias, com a ajuda do Espírito Santo. A aplicação dos extraordinários princípios que vamos abordar, não é, nem nunca foi, uma tarefa fácil. Também não é um processo automático, fruto de procedimentos e regras que se aplicam e fazem acontecer o mover de Deus…

Adorar a Deus não é uma prática religiosa – é um ato de profundo amor que nos leva a desejar servi-Lo e a servir ao próximo, como resposta do nosso amor por Ele.